Deputados iniciantes completam meio mandato

Dos 49 deputados estaduais que compõem Assembleia Legislativa (Alepe), 24 parlamentares estão no exercício do seu primeiro mandato, eleitos em 2010. Mas a maioria deles não é, exatamente, considerada “marinheiros de primeira viagem”, pelo menos não na política. Alguns vieram da experiência do parlamento municipal e outros se espelharam na carreira de seus familiares. Questionados se o papel desempenhado pela Casa Joaquim Nabuco, até esta segunda metade da legislatura, superou as expectativas dos calouros, as opiniões se dividem. Na bancada da oposição há quem considere o poder Legislativo sem valor para o Governo do Estado, o que dificultaria o trabalho em benefício da população. O contraponto vem dos governistas, que atribuem as conquistas do Executivo ao bom funcionamento da Casa.

Marcado pela troca de partidos na estreia de sua carreira como deputado estadual, passando do PV para integrar o PSDB, o atual líder da oposição Daniel Coelho avaliou que quando assumiu o mandato havia na Assembleia uma carência de debates produtivos, e que a oposição estava enfraquecida. “Foi um começo difícil, mas com o resultado das eleições municipais, mesmo perdendo para um candidato do governo, a oposição tem trabalhado com mais estímulo agora”, afirmou Coelho. Ele também ressaltou a importância da realização das audiências públicas feitas ao longo desses três anos e os resultados positivos que essas discussões têm trazido para a população. “Nós tivemos o exemplo da audiência pública realizada pela deputada Terezinha Nunes para discutir o projeto do Novo Recife. Foi a primeira vez que conseguimos trazer todos os envolvidos no caso e ter um debate com civilidade”, disse. O tucano acredita que esta legislatura está passando por um momento muito melhor hoje, citando como exemplo a votação da extinção do auxílio-paletó, ainda sem data definida. Por outro lado, apesar dos avanços, Daniel critica a falta de atenção dada pelo Poder Executivo. “Nós da oposição sentimos que não existe prestígio com nossos projetos. Para se ter uma ideia, nesses dois anos nenhuma emenda de minha autoria tem sido cumprida. E isso não tem acontecido só comigo e muito menos só com quem é de oposição ao Governo”, disparou.

Mesmo sendo integrante da base da situação, Odacy Amorim (PT) reconheceu que há certa dificuldade entre os poderes, o que ele credita à grande bancada pertencente ao Governo. “Com a experiência que tive como vereador, secretário municipal e assessor especial, senti uma diferença grande ao assumir como deputado estadual. Existem limitações para atender a demanda da população, e o Governo tem dificuldade de atender a todos os deputados. Mas acredito que isso se deve à detenção da maioria do parlamento.  O que não podemos deixar de citar é que o projeto da presidente Dilma Rousseff (PT) tem ajudado o Estado a minimizar essas dificuldades”, declarou Amorim, referindo-se à parceria entre os governos Federal e Estadual, principalmente na luta contra a Seca, tema sempre debatido no plenário pelos representantes dos municípios do Interior.

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